A vida próspera e afortunada de minha família renova-se E Gilgamesh tem honrado todos os compromissos assumidos Com meu avô que incansável ajudou Enmerkar a construir Uruk E minha avó, sacerdotisa de Nisuh, esposa de Enmerkar e deusa E ambos discípulos de Inanna, progenitores do grande Gilgamesh Meu Senhor, que autoriza apascentar meus bois nos pastos reais Me oferece o serviço dos seus escravos nas sementeiras e colheitas E assim nunca me falta carne nem escasseiam nas tulhas cereais Nem linho e lã, ânforas e potes, cestas e peles, frutos secos e mel Mirra e rosmaninho, açafrão e sal, peças de alabastro e terracota.
Na última oferenda feita a Inanna, A deusa revelou-me que A Deus Sim, Arina, vai ajudar Gilgamesh a derrotar Kish finalmente E que essa vitória será derradeira e total, pródiga e promissora E justa, fazendo de Uruk o maior Estado, maior ainda que Ur Com quem desde Meskiaggasher temos diplomacia e comércio Mantemos paz duradoura não obstante as vis intrigas de Etana.
Todos ansiamos por esse dia e o templo de Inanna está cheio Ricos pastores trazem-lhe cordeiros e bezerros pra sacrifício É abundante a dádiva dos agricultores nas tulhas dos cereais E até os ricos negociantes também não têm sido nada avaros Nada faltando às sacerdotisas nem às virgens aprendizas d'A deusa Desde perfumes, iguarias e óleos cosméticos, pedrarias e ouros Pratas e cerveja e leite e flores e sedas e brocados e sedutores.
À volta do templo pululam homens e mulheres nobres e generosos E a minha banca de escriba teve que empregar mais dois oficiais Um é meu familiar, porém o segundo é de uma família vizinha Muito esmerado e competente, avisado e de cunhagem perfeita Que ainda não quebrou nenhuma tabuinha de alabastro sequer Tal é o seu cuidado e subtileza na grafia dos caracteres e sinais Aplicação dos selos e manuseamento das cunhas e estiletes.
Será a ele que confiarei a condução do touro sacrificado a Inanna Quando Gilmgamesh pois é mau presságio ser levado por parente Da família da dádiva com raparigas a serem iniciadas entre as virgens Pois quem conduz o touro pode possuí-las se A deusa quiser e ordenar Que a coragem e a força devem ser imaculadas como o sangue doado Se o touro for digno dos favores de Inanna nos ritos e hinos a Arina E obtiver a plena realização criativa das forças divinas e naturais.
Digo-te isto porque tenho certeza d'A Deus nos concederá de futuro Outros vinte e cinco séculos como concedeu nos ledos já passados E tu sabes que assim continuarás a ser Senhora de mim e dos bens Que sendo meus apenas teus são a quem A deusa imita e me rendo E enleio e desmaio na ondulante sofreguidão da serpente de tua alma Esse olho de Aldebarã sobre as Plêiades e Híades aceso e sibilino... E isto te digo pra que o não esqueças nem nenhuma de nossas filhas!
o touro de Inanna
ResponderExcluirA vida próspera e afortunada de minha família renova-se
E Gilgamesh tem honrado todos os compromissos assumidos
Com meu avô que incansável ajudou Enmerkar a construir Uruk
E minha avó, sacerdotisa de Nisuh, esposa de Enmerkar e deusa
E ambos discípulos de Inanna, progenitores do grande Gilgamesh
Meu Senhor, que autoriza apascentar meus bois nos pastos reais
Me oferece o serviço dos seus escravos nas sementeiras e colheitas
E assim nunca me falta carne nem escasseiam nas tulhas cereais
Nem linho e lã, ânforas e potes, cestas e peles, frutos secos e mel
Mirra e rosmaninho, açafrão e sal, peças de alabastro e terracota.
Na última oferenda feita a Inanna, A deusa revelou-me que A Deus
Sim, Arina, vai ajudar Gilgamesh a derrotar Kish finalmente
E que essa vitória será derradeira e total, pródiga e promissora
E justa, fazendo de Uruk o maior Estado, maior ainda que Ur
Com quem desde Meskiaggasher temos diplomacia e comércio
Mantemos paz duradoura não obstante as vis intrigas de Etana.
Todos ansiamos por esse dia e o templo de Inanna está cheio
Ricos pastores trazem-lhe cordeiros e bezerros pra sacrifício
É abundante a dádiva dos agricultores nas tulhas dos cereais
E até os ricos negociantes também não têm sido nada avaros
Nada faltando às sacerdotisas nem às virgens aprendizas d'A deusa
Desde perfumes, iguarias e óleos cosméticos, pedrarias e ouros
Pratas e cerveja e leite e flores e sedas e brocados e sedutores.
À volta do templo pululam homens e mulheres nobres e generosos
E a minha banca de escriba teve que empregar mais dois oficiais
Um é meu familiar, porém o segundo é de uma família vizinha
Muito esmerado e competente, avisado e de cunhagem perfeita
Que ainda não quebrou nenhuma tabuinha de alabastro sequer
Tal é o seu cuidado e subtileza na grafia dos caracteres e sinais
Aplicação dos selos e manuseamento das cunhas e estiletes.
Será a ele que confiarei a condução do touro sacrificado a Inanna
Quando Gilmgamesh pois é mau presságio ser levado por parente
Da família da dádiva com raparigas a serem iniciadas entre as virgens
Pois quem conduz o touro pode possuí-las se A deusa quiser e ordenar
Que a coragem e a força devem ser imaculadas como o sangue doado
Se o touro for digno dos favores de Inanna nos ritos e hinos a Arina
E obtiver a plena realização criativa das forças divinas e naturais.
Digo-te isto porque tenho certeza d'A Deus nos concederá de futuro
Outros vinte e cinco séculos como concedeu nos ledos já passados
E tu sabes que assim continuarás a ser Senhora de mim e dos bens
Que sendo meus apenas teus são a quem A deusa imita e me rendo
E enleio e desmaio na ondulante sofreguidão da serpente de tua alma
Esse olho de Aldebarã sobre as Plêiades e Híades aceso e sibilino...
E isto te digo pra que o não esqueças nem nenhuma de nossas filhas!