quinta-feira, 22 de julho de 2010

* Da ausência *



eis que de longe acena
a mão do tempo
agarrada ao horizonte
onde o sol se despede
em franjas douradas

não soube da revoada
de pássaros selados
marcados para viver
um destino previsível

soube da ausência
e saber-se ausência
é mais do que se pode suportar

soube das conchas expulsas do mar
guardadoras de mistérios
do que não se deve decifrar
mais uma vez a ausência
aos meus ouvidos a cantarolar

Úrsula Avner

* imagem do google- sem informação de autoria

14 comentários:

  1. tão melancólico, úrsula... só não dói mais, por conta deste canto do último verso. bonito demais. beijos.

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  2. Amiga, Úrsula,

    Concordo com a nydia, que melancolia doída!

    Gosto dessa intensidade, ainda que seja, uma intensidade de ausência. Falo sobre isso no meu último post.
    Como sempre, vc poeta de mãos cheias... que derrama, a cada post, nos olhos nossos.

    Bom fds, bjs

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  3. Esse algo que se sente pelo que não é, pelo que não há, ou pelo que poderia ter sido... Vc descreveu tão bem, que a falta se materializou, mas a poesia preencheu.

    Beijos.

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  4. Que bela e encantadora poesia, ler você é fluar entre imagens pintadas na mais bela inspiração.Tudo de bom amiga.

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  5. Oi Nydia,

    de fato o poema tem um tom bem melancólico... gosto de versejar sobre a melancolia que aliás faz parte de mim, acho que é algo da minha essência... da essência de quem reflete sobre a vida. Obrigada pelo carinho, bj ;

    Oi Ira,

    a dor da ausência dói mesmo... Obrigada pelo carinho de sempre amiga. Bjs,

    Oi Lara,

    Você sempre sensível e pespicaz... Capta com facilidade a mensagem embutida nos poemas...

    Bjs,

    Úrsula

    Sua presença sempre me alegra. Obrigada por seu gentil comentário.

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  6. Oi Lara,

    desculpe o erro na grafia... Eu quis dizer perspicaz. Bj ;

    Olá Arnoldo,

    Agradeço sua presença sempre amável. Suas palavras me alegram o coração. Um abraço,

    Úrsula

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  7. Querida Úrsula!

    Adorei seu poema. Especialmente estes versos:
    "e saber-se ausência
    é mais do que se pode suportar"

    ficaram faltando no meu poema, e vc soube expressar muito bem.
    bjos.

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  8. Olá Úrsula,
    Então agora conhecendo mais uma de suas atmosferas.
    Essa poesia trouxe-me alguns sentires, assim como uma certa nostalgia.

    Bom fim de semana,

    Abraços.

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  9. Oi Denise,

    agradeço sua presença sempre carinhosa. Bjs

    Oi Hod,

    Obrigada pela visita e gentileza do comentário. Um abraço,

    Úrsula

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  10. Úrsula, um tom leve e misterioso traz esse poema. Gostei muito. Beijo.

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  11. Lindo Úrsula

    A ausência, às vezes, é tão maior mesmo do que se pode suportar! Eu adoro os mistérios que o mar abarca e as conchas então, com suas palavras ventadas, estão sempre nos querendo dizer algo que AINDA não sabemos interpretar!
    Um dia, talvez, quando a ausência não doer tanto...


    Mergulhei fundo, senti as minhas ausências lendo as tuas, minha amiga! Só a poesia faz isso...


    Bj grande e obrigada por todas as palavras que sopras no meu Encantaventos!

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  12. Certas ausências nos acompanha ou nos perseguem...

    beijos e agradecido pelas visitas ao Rembrandt

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  13. Do mar e das ausências que se fazem presenças vivas na materialidade das mãos, em concha...

    L.B.

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  14. Oi Adriana,

    é sempre muito gostoso receber sua visita e cometário. Bj ;

    Wania querida,

    suas afetuosas palavras sempre tocam meu coração e um arrepio me eriça a pele e a alma... Bj ;

    Juan e Lígia,

    Obrigada pelo carinho sempre presente em meus espaços poéticos. Bj,

    Úrsula

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