by : Mel Gama
quando o mar abrir seu colo
deitar-me-ei em plácidas ondas
berço das vontades inquietas
deitar-me-ei em plácidas ondas
berço das vontades inquietas
dos desejos doudos
das palavras desertas
num ramo de flor
atei um pedido
raiz caule dor
do que não foi ouvido
Úrsula Avner
Singela e encantadora sua poesia, que bom poder ler você, parabéns
ResponderExcluirSuas palavras fazem ninhos, aconchegam. Lindo, poetisa!
ResponderExcluirBeijos.
a inquietude das vontades é chamariz das palavras,
ResponderExcluirabraço
Olá amiga Ursula
ResponderExcluirUma das virtudes da poesia é ajudar a apurar os sentidos de quem a lê, a sua tem esse mérito, deixa o leitor pensando no que acabou de ler e isso é muito bom.
Parabens beijinho, adorei
Belo poema, Úrsula, eloquente, de ritmo que ajuda o sentido.
ResponderExcluirUm beijo de admiração.
É sempre um prazer adentrar em seus versos...
ResponderExcluirsó posso lhe agradecer
abraço
Muito lindo e suave, Úrsula!
ResponderExcluirSua poesia tem sempre a textura de uma pétala...
Grande abraço, amiga
Vigésimo Cálice
ResponderExcluirArina, rainha dos astros e sóis
Que nos aquece e jamais esquece
Quem ama, se da tarde os atóis
Se inundam, eis que singela se oferece
E declama, como à luz de sua chama, nos tece.
E nos tem, sob protecção e tutela
Quando ao troar das trombetas liberta
O passado de seu túmulo e ao tempo acerta
Dando ao futuro o acumulo duma janela
Aberta, lente virtual que nos modela
Em alerta acenado A deus
Erguendo as mãos aos céus
Como Ela.
Dez dedos que são os nossos
Com outros dez que são os seus,
Depondo no alfabeto águas e ossos
Qual Xis a bailar ondeando véus
De gazes, de tules, de seda rosada
Estampados dédalos e labirintos
Cujas pétalas desenhadas camada
A camada, nos instruem os instintos
Nos sete sentidos da rosa desfolhada:
Olhar de pétala, lábios de veludo
Táctil cálice cuja sépala escuta
A concha do mar a degustar o escudo
No registo do Outro que tão-só executa
A empatia ao semear-nos pelo mundo.
E assim, água ardente vertida de oceano
Em oceano, sistema de líquido contínuo
Irriga-nos de sangue todo o ano
Por uma gota de momento exímio
E exíguo no equilíbrio suserano
De dois triângulos unidos pelo vértice
Da língua, enlaçadas margens do cálice
Na máxima míngua do estremecido ápice.
Comunhão do poder entre géneros
Acesos raios aquilinos do Sol universal
Onde o abraço resoluto das sementes e sócios
Gémeos nascidos da mesma luz na espiral
Em que os ócios merecidos são do labor igual
Além de mais igualmente da natureza – os números
Que põem e dispõem, ordenam o nível
Entre o lido e o por ler, o eterno e o perecível;
Entre o terreno e o espiritual, a matéria e o imortal
Úrsula,
ResponderExcluirLindo!
Com palavras, vc conseguiu desenhar o mar.
Adoro estar aqui.
Bom fds, Bjs
Deixo aqui o meu sincero agradecimento a cada amigo e amiga que registrou seu carinho em palavras no meu cantinho. Um abraço afetuoso a todos.
ResponderExcluirum pedido não ouvido é ainda um pedido?
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