a taça da ira
está cheia
transborda
quando o cá li ce
for derramado
ca le -se
não há o que dizer
após o derrame
silêncio dor
espanto horror
vida infame
Úrsula Avner
* poema inspirado na postagem- Cálice Censurado- da poetisa Mirze Souza em seu blog de poesias. A postagem mostra um vídeo com a música - " Cálice " do Chico Buarque de Hollanda. Nas próximas eleições, façamos a necessária reflexão antes dos votos... antes do derrame... Um abraço com carinho a todos que me visitam.
Certo. Agora, ao menos, temos que aturar o fato de que o cálice não nós é imposto.
ResponderExcluirUm poema sócio-político, então? Mas ainda assim sutil e polissêmico, falando de uma coisa que pode ser outra.
Abraço.
transbordantemente,
ResponderExcluirabraço
Adoro diálogos poéticos, e vc e a Mirze são poetisas que derramam lirismo. Bebo dos cálices de vcs.
ResponderExcluirBeijos.
Úrsula!
ResponderExcluirLindos versos que ecoaram da letra do Chico. As eleições virão depois da euforia dos jogos.
Fico-lhe grata pela reflexão da música. Foi uma época dura e eu a vivi, embora jovem.
Belo poema, para mim é um grito que há de valer.
Beijos
Mirze
Suave profundidade, embebida de pura estética... Gosto muito :-)
ResponderExcluirUm brinde...reflexivo poema. Beijo.
ResponderExcluirUma taça cheia de ira... também a temos.
ResponderExcluirUm beijo.
Ainda que na ira, tua lira transborda sutilezas...
ResponderExcluirBeijos, lindura!
Linda sua poesia amiga, parabéns, tudo de bom pra você
ResponderExcluirAndando pelos blogs, encontrei o teu...
ResponderExcluirMuito bom, cada texto, imagem..
Lindo teu cantinho..
Beijos
Quando descensurarmos os livros eles nos darão o seu luugar entre as estantes da memória...
ResponderExcluirDécimo Sétimo Cálice
Sobre o azul das cadeiras
Um ágil miosótis saltita
Alinha livros, limpa prateleiras
Cujos meneios são mil maneiras
De pôr o pó fora dessa palafita.
Aldeia dos lótus em flor
Siando à tona do olhar
Brancos, porém criando vida e cor
No horizonte desse teimoso leitor
Que decifra sentidos no imaginar.
Repõe a ordem nos fugitivos
Expulsa os intrusos do lugar
E se alguns são mais activos
Dá-lhes refrega e põe-nos cativos
Ordenando-lhes a onde ficar.
É autoritária esta serviçal
Dominadora perante residentes
Exigindo aos súbditos renitentes
Que assumam a sua posição real
Na estante, antes que lhe suceda mal.
E eles, livros perdidos, em jeito cru
Submissos, intérpretes do conhecimento
Acatam a catalogação em CDU
Como soldados em missão na ONU
Ou em serviço maior do seu regimento...
Tu prà'qui, tu prà'li, em fila, marchando
Pondo acerto no passo e tino nas maneiras
Que aqui, ao alto subida nestas cadeiras
Não há outras leis nem demais fronteiras
Pois que aqui, sou eu quem mais mando.
E perante essa razão incontornável
Sobre aqueles na reticência activos
Eis que Arina, o Sol da tarde perscrutável
Assume por momentos
As semelhanças e movimentos
De uma arrumadora de livros!
Beijinhos também
ResponderExcluirpara si
;).
Sempre perfeita em versos...
ResponderExcluirabraço
Agradeço o carinho da visita e comentário de cada amigo e amiga aqui no meu cantinho.Um abraço afetuoso a todos.
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