Teu poema lembra-me das assinaturas que Deus nos deixa na existência da brisa, das pedras, das flores... para nos informar que Ele passou por ali... de uma vida eterna, mesmo sabendo que somos mortais... ... de outra dimensão; mas aí é outra história a ser contada!...
Todos nós buscamos a luz, independentemente do percurso. Para uns é preciso mergulhar fundo, outros descobrem o caminho nas coisas simples. Que o seu seja harmonia plena, são os meus votos. Bjs
OLá Ursula... Eu que agradeço a você... Só não me tornei seguidora antes por não saber mexer nestes blogs,(rsrs) e não por falta de vontade. Adoro o que escreve, todos os seus espaços são lindos e repletos de magia...
Perscruta o infinito como quem aguarda o insurgente apito do comboio Porque há algo que escutar no silêncio da ímpar imensidão do cosmos Quando já for quase noite neste dia ainda o mesmo dia ao crepúsculo Quando comecei a escrever-te todavia já é madrugada o ocaso serôdio Quando a aurora e o odor do teu corpo se misturam o mesmo fascículo Se diluem brasa no perfume acidulado da rosa canina medida a moio E seu fumo evola e dança entre nós urgentes e nus trejeitos de menina Que os ventres se requerem desesperados na sôfrega eclosão plangentes Com que se fundem num só fogo e igual fragrância de sangue ilumina Latejante arrebatamento, febril e avassalador esquecimento da luz o til Que cheira tão bem que até dói custoso acreditar ser cálice primaveril As folhas a arderem estralejando desde a semente à raiz dum rebento Libertando fleumas de convergir na morrinha da manhã acesa ao vento.
Eu confesso que também não sei quase nada das horas aberta espiral Dos dias e do tempo apenas reconheço os minutos que sinto estar perto Na intensidade dos sessenta segundos de pensar em ti em ti no plural Em ti no analógico desmedido até ferver cachoeiras no DNA desperto Furnas de lava ácida nucléica borbulhante nas lagoas cerebrais do sinal Desmesuradas quedas de água interior despencam abruptas desmedidas Precipícios líquidos do desejo com que te dissolves nas minhas lidas.
Há outras coisas a querer igualmente dizer sem parar ininterruptamente Claro, mas que podem esperar ainda pelo sacrifício do verbo ao nome Quando o degolarmos na lousa e altar de todos os silêncios cintilantes E o seu latido agonizante raspar o arrepio e sulcar a alma alerta insone Com as pontas de diamante das estrelas que anavalham o torpor antes O rasgam de alto a baixo e esfaqueando-o como cristais candentes ais Plantam nas telas do céu diamantinos e fulgentes soslaios e madrigais Esses teus com que dizes não à morte de nenhum animal ou ser vivente Flor, árvore, ideia, cor, som, gesto, expressão do agora digital semente Porque tu preferes que profira a vida em linhas de horizontes tangentes Paralelos sobre a paralelidade como socalcos de aproximação do grito Palavras sobre palavras a irromper o imo seio das veias no grão granito E pulsantes impulsionem as correntes águas a espraiarem-se liquefeitas Até não podermos mais de tanto ruborizarmos nas inconfessáveis teias Vermelho desejo do tumescente segredo no beijo sequestrado perfeito.
Porque quando se é julgado por incendiário e ter ateado o fogo divino À floresta dos sonhos incondicionais e estes em labaredas irrompam Incendeiem o corpo no suplício da obsessiva possessão nosso destino E me possuíres em ti como um crime consumado no imo foro as glórias Então ficará explicado sem que usuais contundências ilusórias acudam Da retórica dos remorsos e rebates dos desejos arrependidos assaz frios Que mergulhei na morte abraçado ao meteorito incandescente do olhar E do teu beijo, e atravessei-a toda num golpe de adaga imperial secular Separando a eternidade em duas metades como fruto maduro nos estios Cometa acutilante de seda felina a dizer a fresta que nos une até gritar Teu nome através dos tempos milenares provocando infinitos arrepios.
Uma jovem, amiga minha, vai se casar, e me pede algumas palavras bonitas - poéticas! Então, que poderia dizer o poeta para uma jovem que atravessará, em breve, a experiência que é a mais linda e importante para um coração feminino qualquer, senão recorrer às misteriosas profundidades do infinito para buscar, através do vôo da alma, aquilo que, com simplicidade, pudesse dizer sobre a importância do casamento, e da importância metafísica e psicológica para que ele, como ato de tocante simbologia, seja não uma aventura inconsequente da fisiologia humana, mas uma atitude decidida e determinada pelos valores da alma. Por isso, eis aí: Nubentes, em versos.
NUBENTES
Casar-se é muito mais que o bonito no casar-se está o gostoso da vida... casa-se, então, a alma com o corpo com os laços de afeto bem gostoso!
Casar-se está além do encantar-se como se pegasse nuvens no espaço - é assim a alma de quem se casa o coração que ri de tanta felicidade
e o outro que nos ama de verdade percebe que amanhã é tarde demais e plantam no hoje frutos a semear
Num campo que é um dos mais fértil onde a verdadeira vida pode pulsar e toda felicidade, linda, pode brotar
Digo, plenamente, que há uma flor invisível no teu caminho e pelo teu caminhar floresce; uma flor feita de pura luz que ninguém a vê nem teus olhos, quando buscam esse mundo
Digo, ainda, que essa flor é linda como o Sol e como é feita da força e da luz que nela há digo que essa flor é tudo que tens e possuis e dela nunca queiras, porventura, afastar-se
Digo, obviamente, que essa flor é verdadeira embora impossível o simples olho enxergá-la Mas, enfim, como a ti chegam estes versos
Digo, com a mais bela simplicidade de poeta que essa flor é perfeita, esplêndida e formosa E floresce nos tic-taques que teu coração toca.
Sua colheita nos remete a uma linda vista.
ResponderExcluirBeijos.
ENCONTRO
ResponderExcluirFoi se formando um campo bonito
Que com palavras e gestos meigos
Aproximação linda foi se formando
Igual à lua que desce e beija o mar...
Que céu lindo de palavras e gestos!
Um lindo encontro que logos nos deu
A boa amizade saudável e gostosa
Assim boa como um céu estrelado...
Vi tua voz docemente surrurando
Como a voz murmurante dos rios...
Doce como é linda a pétala da flor
E se dos teus lábios um riso luzia
Em brilhos minha alma parecia voar
Voando para ti e querendo beijar-te.
Guina
O HOMEM
ResponderExcluir(à João Cabral de Melo Neto, in memorian)
Esse ser fraco, frágil e desnorteado
Que cabe num beijo recebido ou dado
E num abraço pode ser dar por perdido
É o Homem: ser de eternas dúvidas.
Esse que pensa, reflete e questiona
E no amor busca sua própria saída
E a qualquer hora a tudo desacredita
É o Homem: ser de razão e dúvidas.
Esse ser que cria, planeja e inventa
Que tudo quer e nada lhe alimenta
É o Homem: ser de dor e angústias.
Esse mesmo ser que luta e acumula
Consigo mesmo entra em aflição dura:
Vê que uma flor suplanta sua fortuna.
Guina
Teu poema lembra-me das assinaturas que Deus nos deixa na existência da brisa, das pedras, das flores... para nos informar que Ele passou por ali...
ResponderExcluirde uma vida eterna,
mesmo sabendo que somos mortais...
... de outra dimensão; mas aí é outra história a ser contada!...
Muito suave essa viagem rumo ao sol, ao encontro da poesia. Belo, Úrsula. beijo.
ResponderExcluirÚrsula, minha querida,
ResponderExcluirLindo e suave!
Sempre aprendo, um pouco mais, quando venho aqui.
Bjs
úrsula, lindo..lindo...
ResponderExcluirbjos.
Suave e inspirador como a brisa fresca...
ResponderExcluirBeijinhos!
Todos nós buscamos a luz, independentemente do percurso. Para uns é preciso mergulhar fundo, outros descobrem o caminho nas coisas simples. Que o seu seja harmonia plena, são os meus votos.
ResponderExcluirBjs
OLá Ursula...
ResponderExcluirEu que agradeço a você...
Só não me tornei seguidora antes por não saber mexer nestes blogs,(rsrs)
e não por falta de vontade.
Adoro o que escreve, todos os seus espaços são lindos e repletos de magia...
Eu sou sua fã !
Super beijo e sucesso sempre !
Charly
Oitavo Cálice
ResponderExcluirPerscruta o infinito como quem aguarda o insurgente apito do comboio
Porque há algo que escutar no silêncio da ímpar imensidão do cosmos
Quando já for quase noite neste dia ainda o mesmo dia ao crepúsculo
Quando comecei a escrever-te todavia já é madrugada o ocaso serôdio
Quando a aurora e o odor do teu corpo se misturam o mesmo fascículo
Se diluem brasa no perfume acidulado da rosa canina medida a moio
E seu fumo evola e dança entre nós urgentes e nus trejeitos de menina
Que os ventres se requerem desesperados na sôfrega eclosão plangentes
Com que se fundem num só fogo e igual fragrância de sangue ilumina
Latejante arrebatamento, febril e avassalador esquecimento da luz o til
Que cheira tão bem que até dói custoso acreditar ser cálice primaveril
As folhas a arderem estralejando desde a semente à raiz dum rebento
Libertando fleumas de convergir na morrinha da manhã acesa ao vento.
Eu confesso que também não sei quase nada das horas aberta espiral
Dos dias e do tempo apenas reconheço os minutos que sinto estar perto
Na intensidade dos sessenta segundos de pensar em ti em ti no plural
Em ti no analógico desmedido até ferver cachoeiras no DNA desperto
Furnas de lava ácida nucléica borbulhante nas lagoas cerebrais do sinal
Desmesuradas quedas de água interior despencam abruptas desmedidas
Precipícios líquidos do desejo com que te dissolves nas minhas lidas.
Há outras coisas a querer igualmente dizer sem parar ininterruptamente
Claro, mas que podem esperar ainda pelo sacrifício do verbo ao nome
Quando o degolarmos na lousa e altar de todos os silêncios cintilantes
E o seu latido agonizante raspar o arrepio e sulcar a alma alerta insone
Com as pontas de diamante das estrelas que anavalham o torpor antes
O rasgam de alto a baixo e esfaqueando-o como cristais candentes ais
Plantam nas telas do céu diamantinos e fulgentes soslaios e madrigais
Esses teus com que dizes não à morte de nenhum animal ou ser vivente
Flor, árvore, ideia, cor, som, gesto, expressão do agora digital semente
Porque tu preferes que profira a vida em linhas de horizontes tangentes
Paralelos sobre a paralelidade como socalcos de aproximação do grito
Palavras sobre palavras a irromper o imo seio das veias no grão granito
E pulsantes impulsionem as correntes águas a espraiarem-se liquefeitas
Até não podermos mais de tanto ruborizarmos nas inconfessáveis teias
Vermelho desejo do tumescente segredo no beijo sequestrado perfeito.
Porque quando se é julgado por incendiário e ter ateado o fogo divino
À floresta dos sonhos incondicionais e estes em labaredas irrompam
Incendeiem o corpo no suplício da obsessiva possessão nosso destino
E me possuíres em ti como um crime consumado no imo foro as glórias
Então ficará explicado sem que usuais contundências ilusórias acudam
Da retórica dos remorsos e rebates dos desejos arrependidos assaz frios
Que mergulhei na morte abraçado ao meteorito incandescente do olhar
E do teu beijo, e atravessei-a toda num golpe de adaga imperial secular
Separando a eternidade em duas metades como fruto maduro nos estios
Cometa acutilante de seda felina a dizer a fresta que nos une até gritar
Teu nome através dos tempos milenares provocando infinitos arrepios.
Leve, doce e suave esse poema-rumo.
ResponderExcluirBeijo.
Úrsula!
ResponderExcluirLinda a imagem poética formada. O cheirinho de hortelã no ar...
Maravilhoso!
Beijos
Mirze
Um cheiro de brisa. Um cheiro de hortelã.Um poema com aromas de primavera.
ResponderExcluirBeijos
Seus versos me fizeram uma enorme falta nos dias que em ausentei...
ResponderExcluirabraço
Como sempre belo escrito!
Agradeço a cada amigo, amiga e visitante por cada palavra postada em gesto de carinho e apreço. Um beijo a todos.
ResponderExcluirUma jovem, amiga minha, vai se casar, e me pede algumas palavras bonitas - poéticas! Então, que poderia dizer o poeta para uma jovem que atravessará, em breve, a experiência que é a mais linda e importante para um coração feminino qualquer, senão recorrer às misteriosas profundidades do infinito para buscar, através do vôo da alma, aquilo que, com simplicidade, pudesse dizer sobre a importância do casamento, e da importância metafísica e psicológica para que ele, como ato de tocante simbologia, seja não uma aventura inconsequente da fisiologia humana, mas uma atitude decidida e determinada pelos valores da alma. Por isso, eis aí: Nubentes, em versos.
ResponderExcluirNUBENTES
Casar-se é muito mais que o bonito
no casar-se está o gostoso da vida...
casa-se, então, a alma com o corpo
com os laços de afeto bem gostoso!
Casar-se está além do encantar-se
como se pegasse nuvens no espaço
- é assim a alma de quem se casa
o coração que ri de tanta felicidade
e o outro que nos ama de verdade
percebe que amanhã é tarde demais
e plantam no hoje frutos a semear
Num campo que é um dos mais fértil
onde a verdadeira vida pode pulsar
e toda felicidade, linda, pode brotar
Guina
A ALMA
ResponderExcluirDigo, plenamente, que há uma flor invisível
no teu caminho e pelo teu caminhar floresce;
uma flor feita de pura luz que ninguém a vê
nem teus olhos, quando buscam esse mundo
Digo, ainda, que essa flor é linda como o Sol
e como é feita da força e da luz que nela há
digo que essa flor é tudo que tens e possuis
e dela nunca queiras, porventura, afastar-se
Digo, obviamente, que essa flor é verdadeira
embora impossível o simples olho enxergá-la
Mas, enfim, como a ti chegam estes versos
Digo, com a mais bela simplicidade de poeta
que essa flor é perfeita, esplêndida e formosa
E floresce nos tic-taques que teu coração toca.
Guina