domingo, 4 de julho de 2010

* Valencia *


tela : A mulher
autora: Cristina Coelho

o que me vale
são os pés
fincados na estrada
ora retilínea
ora desdobrada em curvas

o que me vale
é a amplitude da alma
dissolvida em reflexões
ora desnuda
ora trancada em porões

Úrsula Avner

18 comentários:

  1. Lindíssimo, gostei muito! Poesia de valência da alma.

    Beijos.

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  2. Ursula,
    que legal o texto

    Ah... sabio é quem sabe caminhar, conforme seu estado de espírito.
    bjs

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  3. Vigésimo Primeiro Cálice


    Aqueles que não amam, sequer
    Não são protegidos de Arina
    Confundindo, portanto, A mulher
    Com qualquer coisa, qualquer menina!


    *

    Três vezes sete foram as loucuras
    Até ver as coisas como enfim são,
    Que tudo há no mundo se o procuras
    Na redonda vitória, sem teias de ilusão...


    Bebida a última gota só formas puras
    Ficam a dançar nos romances do pão
    Bordados com as flores tecidas, seguras
    No entretecido feminino da perfeição.

    Estrelas, cometas, verdejantes prados
    Claustros frescos, nichos triangulares
    Onde os dizeres se tornam outros arados
    De arrotear as tardes serenas, singulares

    Em que os enredos maiores são calados
    Como beijos recatados, cruzados a pares.


    **


    Sete pra ti, sete pra mim, e outros tantos
    Pròs que nascerem agora deste momento,
    Que vida fora se iniciarão leis e santos
    Da beleza cativos, seu único tormento

    Tomado gota a gota, cálice a cálice
    Virando páginas por rumo na rota
    Do interpretar, tecendo análise.


    Trago a trago apreciado mandamento
    Em que as frases se intitulam frota
    E os parágrafos esquadrão de alento
    Se batalha trava quem por si se afoita:

    Que nosso é o firmamento dos mantos
    Se em asas delta se tocam plo vértice
    A siar rasgando medos e desencantos.


    ***


    Duas vontades unidas por um só fim
    Entretecida verdade nas duas metades
    Que sendo tua a metade das liberdades
    A outra em liberdade me cabe, a mim...

    Se entretanto para esse tanto, assim
    A que tanto disseste «talvez» e «não»
    Outro tanto baste agora dizer: «sim!»

    Sim ao Sol que na Aliança Velha arde
    Onde por força só baste o ter razão,
    Que a ancestralidade nunca é tarde
    Se ao conhecimento vem renovação

    De cada metade, desse outro ser nascido
    Gota a gota caído em clepsidra sem fim
    Que há do oito deitado ao infinito ido!

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  4. o que me vale são versos encantados de azul,

    abraço

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  5. O "valor" numa visão intimista, mas que pode ser dividida. O que te vale, vale para mim também !
    Bjs

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  6. Tão próximo esse poema, tão simples, tão profundo. Beijo

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  7. são constrastes que se encontraram muito bem!

    muito bonito poema!

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  8. muito bom! á última estrofe então, perfeita!
    besos

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  9. Imensamente inspirada e bela sua poesia, parabéns poetisa, tudo de bom pra você.

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  10. Essa é a ideia, Ursula...sempre o caminho...o caminho!! Gostei muito da sua visão e descrição!!

    []ss

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  11. Um poema com que a gente se identifica de pronto - tão simples, tão verdadeiro.

    Beijo.

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  12. Só a minha mãe para escrever esse tipo de poema.
    Já foram tantos poemas, que nem tenho mais palavras para elogiar.
    LINDO!
    TE AMO!!!!
    Belinha :]

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  13. Lindo, Úrsula!

    "O que me vale é a amplitude da alma, ora desnuda ora trancada em porões"

    Forte, verdadeiro e belo!

    Beijos

    Mirze

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  14. Seus escritos sempre me fascinam...

    Me fez lembrar de um poema do Neruda!

    abraço e agradecido pelas visitas ao Rembrandt.

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  15. Úrsula,
    Perfeito, como sempre!

    Td vale a pena, qnd a alma não é pequena! É assim!
    Bj

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  16. Obrigada a cada amigo e amiga pela visita e comentário aqui postado. Leio com carinho e atenção cada palavra e guardo no coração cada gesto de afeto.

    Úsrula

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