a taça da ira
está cheia
transborda
quando o cá li ce
for derramado
ca le -se
não há o que dizer
após o derrame
silêncio dor
espanto horror
vida infame
Úrsula Avner
* poema inspirado na postagem- Cálice Censurado- da poetisa Mirze Souza em seu blog de poesias. A postagem mostra um vídeo com a música - " Cálice " do Chico Buarque de Hollanda. Nas próximas eleições, façamos a necessária reflexão antes dos votos... antes do derrame... Um abraço com carinho a todos que me visitam.
segunda-feira, 28 de junho de 2010
sexta-feira, 25 de junho de 2010
* A palavra e o poeta *
consternada me via
soube que chorava
na sua (in)sanidade não se atrevia
a sair tresloucada
aguardava serena o momento certo
mergulhada em si mesma noite e dia
olhava-me com fervor bem de perto
mas era o silêncio seu guia
gotejava luz e minguava
tal qual estrela fria
e a lua no céu que acenava
no seu corpo o instante luzia
Ah bendita que chega de repente
junta-se a outras cúmplices e baila acalorada
na folha de papel respira contente
tece versos onde não cabe mais nada
Úrsula Avner
* imagem do google sem infomação de autoria
terça-feira, 22 de junho de 2010
* Instantes *
imagem retirada do blog http://grupodaluacheia.blogspot.com
ao redor
da redonda mesa
desejos dormem
no céu redonda lua retesa
no jardim
vaga-lumes são lamparinas
brilho refletido em retinas
na espessura do lume
purpurinas
não há o que possa o silêncio pungir
cai a noite em veludo
vem os sonhos cobrir
Úrsula Avner
Agradeço o carinho de sua presença e comentário ! Afetuoso abraço.
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vaga-lumes
sábado, 19 de junho de 2010
* Poesia suja * ( anticenário)
arte : Vino Morais
se te escrevo
em palavras torpes
é porque te desejo translúcida
não enxertada de flores
hoje te almejo espelhada
em si mesma mergulhada
até te encontrar serena
posto que é melhor a nudez
do que plumas em cena
Úrsula Avner
Obrigada pelo carinho de sua visita e comentário !
se te escrevo
em palavras torpes
é porque te desejo translúcida
não enxertada de flores
hoje te almejo espelhada
em si mesma mergulhada
até te encontrar serena
posto que é melhor a nudez
do que plumas em cena
Úrsula Avner
Obrigada pelo carinho de sua visita e comentário !
quinta-feira, 17 de junho de 2010
* Pisaduras *
sôfregos pés
que pisam cacos
reviram a terra
cavucam buracos
ganham calos
plácidos pés
que saltitam em palácios
acariciam pétalas
dormem em seda ou linho
nada conhecem
do chão
descalços pés
que penteiam a relva
pisam as uvas
provam o vinho
não labutam
em vão
Úrsula Avner
* imagem encontrada em pequisa feita no google- sem informação de autoria
que pisam cacos
reviram a terra
cavucam buracos
ganham calos
plácidos pés
que saltitam em palácios
acariciam pétalas
dormem em seda ou linho
nada conhecem
do chão
descalços pés
que penteiam a relva
pisam as uvas
provam o vinho
não labutam
em vão
Úrsula Avner
* imagem encontrada em pequisa feita no google- sem informação de autoria
segunda-feira, 14 de junho de 2010
sábado, 12 de junho de 2010
* Trajetória de uma raça *
arte : Vino Morais
atravessou o tempo
certeiro como arpão
o grito da escravidão
sementes escondidas
em cabelos crespos
cairam no caminho
vontades sacudidas
fecundaram o solo
espalharam raízes
bebês buscaram o colo
das mães amortecidas
oprimidas
desiludidas
ecoou no vento
toque de tambor
buscou-se alento
em canções de dor
Úrsula Avner
* Vino Morais é artista plástico Angolano. Conheça outras obras dele clicando aqui
quinta-feira, 10 de junho de 2010
* Para Clarice *
Bem que eu te disse
Clarice
há sonhos deitados
em relva orvalhada
escorre seiva do desejo
antes do amanhecer
um canto de estrela
o jardim florido
Vejo-te
reluzente e só
Úrsula Avner
* imagem do google sem informação de autoria
* homenagem singela á grande escritora Clarice Lispector
Clarice
há sonhos deitados
em relva orvalhada
escorre seiva do desejo
antes do amanhecer
um canto de estrela
o jardim florido
Vejo-te
reluzente e só
Úrsula Avner
* imagem do google sem informação de autoria
* homenagem singela á grande escritora Clarice Lispector
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terça-feira, 8 de junho de 2010
sábado, 5 de junho de 2010
* Leveza *
na boca
um resto de vinho seco
se apega ao paladar
não há que se falar
em excesso de bagagem
na poesia
sou leve como pluma
o voo é suave
as palavras lentamente
fermentam
espocam versos
da espuma
Úrsula Avner
* imagem do google- sem informação de autoria
um resto de vinho seco
se apega ao paladar
não há que se falar
em excesso de bagagem
na poesia
sou leve como pluma
o voo é suave
as palavras lentamente
fermentam
espocam versos
da espuma
Úrsula Avner
* imagem do google- sem informação de autoria
quinta-feira, 3 de junho de 2010
* Sonhos na janela *
entre um suspiro e outro
emergem lembranças de uma vida
na primavera dos sonhos tecida
esculpida nas trilhas do tempo revolto
abre-se um campo em flor
no lugar de sequidão da memória
esperança de edificação de uma estória
onde o protagonista seja o amor
pensamentos são flechas pontudas
buscam na sudorese do tempo
lugares de alento refrigério unguento
só a quietude precipita em faces mudas
Úrsula Avner
imagem : do google imagens- sem informação de autoria
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