quinta-feira, 30 de abril de 2009

*Resquício de outono



Hoje amanheci inverno

gosto de folhas secas na boca

resquício de outono

em meu tempo interno

Um vento gélido laminando a alma

sibilando no vão dos sentimentos

açoite na pele dos pensamentos

Levanto-me serena e calma

um feixe de luz solar invade o quarto

Hoje não almejo o espelho da claridade

quero a penumbra que se aloja na dor do parto

das reflexões gestadas pela serenidade


Úrsula Avner

* poesia com registro de autoria

* imagem do Google

segunda-feira, 27 de abril de 2009

* O melhor presente


Queres me dar algum presente ?

Dá-me livros

onde o esmero da vida está guardado

onde meus olhos e coração podem contemplar

o inusitado, vida proeminente

Onde se entrelaçam registros de uma existencia

de uma época, de uma cadencia

o devaneio de uma mente

o olhar de um vidente

desejos e crenças de seres viventes

Nos livros encontro a mim mesma

fugidia ou presente

mas essencialmente eu

ainda que parte de outro ser

pedaço da teia, da rede tecida em saber

um saber desarvorado ou quase impenetrável

o saber do inconsciente coletivo

das coisas passadas e vindouras

de mundos secretos e altivos

com suas delícias e chagas

suas correntes e asas

certezas e medos

arroubos e segredos

* Úrsula Avner *

* poesia com registro de autoria
* imagem retirada de pesquisa feita no Google

sexta-feira, 24 de abril de 2009

* Pouso certo *



Uma delicada borboleta
encontrou pouso na minha mão
parecia dizer-me : " abra seu coração "
Preciso buscar a palavra certa

Secou o rio das paixões desvairadas
Hoje, transita em mim o amor sereno
o sentimento calçado de um brilho ameno
sem palavras que borbulham impensadas

Trago no coração a palavra almejada
busco no lamento do meu ser abissal
a vida adormecida no silencio do cristal
A borboleta ? Permanece em minha mão (re) pousada

* Úrsula Avner *


* poesia com registro de autoria
* imagem retirada de pesquisa feita no Google- desconheço a autoria

terça-feira, 21 de abril de 2009

* Palavras poéticas *



Componho versos com simplicidade
Não almejo o rebuscamento das palavras
que emergem sem viço
como pele seca, flor desbotada
sem a saliencia do riso
ausentes da vivacidade

Componho versos
em vida penetrada pela poesia
em solo aberto e fecundo a cada dia
oscilando entre as areias e os oasis
dos meus desertos

O que importa que digam
"seus versos são simples"
A simplicidade é o adubo da vida
vida livre das correntes dos códigos
essencia inscrita nas tábuas da lei
do meu coração asfaltado
daquilo que eu sei
dos sentimentos diversificados
pela poesia viscejados

Em respiração arpejada
com os olhos marejados de strass
solfejo palavas poéticas em nuvem prateada
onde por fim, qualquer lamento jaz

* Úrsula Avner *


* poesia com registro de autoria
* conheça o meu blog de poesias infantis- Gotinhas de poesia e o site - A alma da poesia ( na lista de links)
Obrigada pelo carinho da sua visita !

sábado, 18 de abril de 2009

* Sentinela dos sonhos *



Há sonhos alvejados de um briho celestial
em que espocam desejos na plenitude do cristal
Vez por outra, um anjo acampa nas trilhas
dos pensamentos engomados de luz
onde uma estrela de mil pontas reluz

O anjo recolhe desejos em formato de flor
envasa deles, o aroma, a cor e o sabor
Desenha um jardim no véu nebuloso dos sonhos
ornados com as pétalas do verdadeiro amor

Sereno, o anjo espalha as sementes
na terra misteriosa e fecunda de cada coração
Somente os sensíveis seres viventes
não querem despertar do sonho celestial
onde o anjo continua a entoar uma sublime canção
suave melodia sem igual


* Úrsula Avner * ( http://www.ursulaavner.com/ )

dica: leia o poema ouvindo a música "Angels" da Enya- tecle "play" no ipod ao lado- música 2

* poema com registro de autoria
* imagem retirada de pesquisa feita no Google

segunda-feira, 13 de abril de 2009

* Vaso de barro *


Não estou pronta
Sou um ser inacabado
Vaso de barro
Peça de escultura em reparo
Nas mãos do oleiro, moldado

O que sei de mim
é o que recolho
das lamas do meu manguezal
O que desconheço
está imerso nas areias amarronzadas
do meu íntimo abissal

A imagem no espelho
fita-me atônita
clama por uma resposta
uma palavra tônica
um gesto, um simples rito
Nada acontece
Apenas o cavernoso silencio permanece

* Úrsula Avner *
* imagem retirada de pesquisa feita no Google
* poesia com registro de autoria

domingo, 12 de abril de 2009

* Sobre o amor *



*arte em cartoes- http://iziscartoes.blogspot.com




sexta-feira, 10 de abril de 2009

* Algumas reflexões



Não posso falar de mim mesma
sem o olhar fito no fantasma da incerteza
figura que me assombra
lembra-me que sou complexa, sou mistério
De mim, a vida zomba
porque sabe que eu não me encontro inteira
Quando me olho no espelho
que o tempo cravejou

vejo-me multifacetada
feita em pedaços, interrogação certeira

* Úrsula Avner *


* poesia com registro de autoria- Lei 9.610/98 dos direitos autorais

quinta-feira, 9 de abril de 2009

* Crisântemos vermelhos*



Aproximou-se de mim com serenidade
como um sopro de brisa primaveril
tocou minha face sem fazer alarde
acendeu em meu peito o pavio
tateou suas mãos orvalhadas
pelo meu corpo já cambaleante
sussurrou palavras de amor adornadas
com respiração ofegante
Chamou-me amada de minh´alma
envolveu-me em seus braços com surpreendente calma
lançou-me o olhar do desejo em estilhaços
refletido em espelhos do brilho aveludado
dos crisântemos vermelhos


* Úrsula Avner * ( Obrigada por sua visita ! )



* poesia com registro de autoria


sábado, 4 de abril de 2009

* Sonhos voam da janela *



Sonhos escaparam de mim
voaram da borda da janela
onde me debruço todas as tardes

Vagaram por entre as flores do jardim
se misturaram ás cores da aquarela
em vívida flora onde se espelham minhas vontades

Voam os sonhos sem pouso certo
fazem do céu seu campo aberto
ora estão distantes, ora estão por perto


* Úrsula Avner *


* poesia com registro de autoria
* imagem retirada de pesquisa feita no Google