sábado, 18 de dezembro de 2010
*Voo breve*
sábado, 11 de dezembro de 2010
* Do que excede *
versos
não me traduzem
de mim deduzem
o que eu mesma desconheço
se a palavra é infinita
quero prová-la até o osso
lamber os dedos
a palavra seca o ócio
como o colar adorna o pescoço
escrever ainda me basta
quando não for o bastante
talvez nada mais seja
entre o que fica e o que passa
o verbo sobeja
Úrsula Avner
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
* dentro *
domingo, 5 de dezembro de 2010
* Contemplação apenas *
hoje posso
deitar na relva
olhos cravados no céu
como se nunca
o tivesse visto antes
queixo apontado para a lua
em volta
uma outra luz
entornada na rua
no vão dos umbrais
no vão dos desejos
seminua
Úrsula Avner
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
* Canção do entardecer *
autora: Luiza Maciel Nogueira
http://versosdeluz.blogspot.com
esta faca
em seus olhos
agreste felina
lâmina afiada
corte de esgrima
esconde pérolas
brilho aveludado
réstia de sol
amor obnubilado
tímida voz no arrebol
Úrsula Avner
... em cada coisa o lado que corta se revela... João Cabral de Melo Neto
* Caros amigos e amigas, estou sendo plagiada por uma tal de " Hanna " , cujo endereço na net não consegui encontrar. Apenas localizei imagens com poemas meus assinados por ela. Uma amiga do Recanto das Letras me informou por e-mail. Se alguém conseguir descobrir alguma coisa favor me avisar para que eu possa adverti-la de que vários poemas meus tem registro de autoria, inclusive um dos que ela plagiou está publicado em uma coletânea ... É incrível como que a ética, o respeito e o bom senso são cada vez mais escassos hoje em dia...
Um abraço carinhoso a todos e todas !
sábado, 27 de novembro de 2010
* Vermelha visão *
em campo aberto
um mar de tulipas
forra meus olhos
de esplendor
tulipas vermelhas
ruborizam
a terra calejada
quando vem o crepúsculo
aí fica tudo carmim
de uma cor escandalosa
que não cabe mais em mim
Úrsula Avner
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
* (des)vario *
no desvario do tempo
vario feito onda
lançada na areia
sua eterna
morada
o dia vira
feito página avulsa
vem a noite ao som da lira
página em branco
aluada
desvairada é a canção
da vida empoçada
presa no silêncio de cactos
em paisagens inertes
entornada
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
* ( haja ) luz*
autora : Nádia Poltosi
abriu-se a lua
a engolir o dia
a ferir de morte
o que entardecer seria
não há luz
intolerável
há luz
não palpável
conchas na areia
úmidas do vômito do mar
lembradas num canto de sereia
Úrsula Avner
domingo, 14 de novembro de 2010
* Hoje é dia de Maria Clara...
Hoje é dia de postagem no blog Maria Clara Simplesmente Poesia e você está convidado (a) a ler um poema de minha autoria lá. Basta clicar aqui.
Obrigada por sua visita e comentário ! Um abraço.
Úrsula Avner
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
* tríade da liberdade *
cabe em
qualquer lugar
quando ela pousou
no jardim
não coube
mais em mim
extravasou na dança solta
de três borboletas amarelas
contemplei o bailado singular
alegre dourado previsível
cena sem mancha ou sequelas
ensaio do amor
da simplicidade
rara beleza do que é crível
Úrsula Avner
Querida Ângela (minha irmã) , dedico esse poema a você por sua sensibilidade ao observar as borboletas amarelas no seu jardim e se lembrar de mim, da poesia... Você trouxe a inspiração e eu, alguma poesia... Bj com amor.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
* do que é surreal *
o instante
nada mais
o ponto
é degrau
para mais
um ponto
e assim
se instaura
um conto
congelo imagens
da espuma removo
a transparência
da bruma, a essência
das minhas viagens
esquartejada memória
goteja estrelas frias
sóis encarcerados
telas ainda vazias
Úrsula Avner
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
* do que está velado *
autora: Luiza Maciel Nogueira
http://versosdeluz.blogspot.com
não sei
do mistério
da folha
da sombra
do vento
ao andar
entre esporas
do tempo
entendi de
perscrutar
o véu sobre
tua face
paradoxalmente
rijo e transparente
não te desvendei
te guardei segredo
jardim fechado
te tranquei
no silêncio
do almoxarifado
Úrsula Avner
sábado, 30 de outubro de 2010
* Vida súbita *
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Foi bom demais !!!
Um beijo a todos e todas que mesmo de longe estiveram presentes no evento, torcendo por nós !
Deixo-vos um poema de minha autoria e um da Adriana que constam do livro, para degustação dos queridos amigos, amigas e visitantes.
* quando acordei
peguei a noite com as mãos
de manhã
meus olhos eram duas estrelas
Adriana Godoy
* interior
imenso mar
guarda segredos
na praia
conchas falantes
Úrsula Avner
* Do improviso
Adriana foi ao céu
enquanto Úrsula foi ao mar
e apesar da distância
nunca estiveram tão perto...
Beijão Adriana !
Obs : atualizarei minhas visitas durante o feriado pois estarei absolutamente sem tempo até o final dessa semana. Bj.
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
* Convite- lançamento de livro em B.H
Caros amigos, amigas e visitantes, é com alegria que convido a todos e todas a participarem do lançamento do livro Maria Clara: UniVersos femininos do qual faço parte juntamente com mais onze autoras. Agradeço o carinho de cada um (a) que com palavras de incentivo e estima contribuiram para a realização desse propósito. Um abraço amigo a todos e todas.
Úrsula Avner
OBS: clique na imagem para ampliá-la e visualizar a data, horário e endereço.
domingo, 17 de outubro de 2010
* Vi(pi)ração *
na virada do dia
reviro sentimentos
viro a mesa
viro bicho
quando reviro ideias
viro semente
viro o jogo
viro-me
e p(r)onto
Úrsula Avner
* Hoje também tem poema meu lá no Maria Clara : Simplesmente Poesia. Aguardo sua presença e obrigada pela visita !
domingo, 10 de outubro de 2010
* Esfera muda *
Fonte : Google- sem informação de autoria
quisera escrever sobre o que não é familiar
cansei-me do previsível
almejo versos dos quais eu possa duvidar
mudar de lugar, apagar, inserir no plano invisível
versos que me venham como a luz da aurora
ou despenquem e me cubram como noites escuras
versos não compromissados com prévia estória
que espoquem de águas insanas ou puras
quisera escrever sobre o que não sei
o que sei é tangível, pedra miuda
lubrificado pelo que meditei
ausente do inconsciente, essa esfera muda
Úrsula Avner
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
* (Ins)piração *
o poeta precisa do silêncio
não de um silêncio qualquer
mas daquele que vem de dentro
matéria-prima do que
suas mãos esboçam
na escuta sutil do sentimento
o que vem de fora
mesmo quando não é silêncio
traz na face rajadas de vento
sopro de versos
que adulteram o pensamento
ou fazem dele
surpreendente momento
Úrsula Avner
terça-feira, 5 de outubro de 2010
* Onipotência *
solitária imagem tua
minha, de outrem
minguante de (in) certezas
quarto crescente de poeira
meia estrada andada
cheia de si
o poema soluçou
e eu nem ouvi
Úrsula Avner
fonte da imagem : Google - autoria não informada
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
* Herança *
meus pés vieram ao mundo
depois o corpo rompeu
o velcro profundo
que me mantinha aconchegada
ás entranhas maternas
desapegada
de quaisquer coisas dessa Terra
talvez por isso eu goste tanto
de pisar o chão ou de sair dele
em passos leves como os da bailarina
num caminhar desafrouxado
beirando o mar que me fascina
toco pedregulhos e algas
com as pontas dos dedos
na carícia da areia úmida
recolho conchas com seus segredos
depois que eu nasci
com o tempo percebi
que a tez pregueada e os vincos profundos
foram herança materna
o sorriso encurralado ao canto dos olhos fundos
foi legado paterno
meus pés amam o chão
também repousam neles
asas lubrificadas
com o óleo fresco da imaginação
com a indescritível essência da emoção
Úrsula Avner
* imagem do google- sem informação de autoria
* poema escrito em Agosto de 2008
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
*A noite(s)cendo *
autora: Luiza Maciel Nogueira
http://versosdeluz.blogspot.com
num céu vazado
olhos de vaga-lume
se despedem do dia
correm o rio e o tempo
de mãos dadas
com a poesia
tão incisiva
no azul
no laranja
em Lara
Úrsula Avner
* poema inspirado na poesia- " Da cor de Lara " elaborada por Luiza Maciel Nogueira em homenagem à Lara Amaral do Teatro da Vida. Para ler a poesia clique aqui
* Singelo presente Lara !
sábado, 25 de setembro de 2010
* Sever(a)idade *
severa forma
de não se importar
de engolir espasmos
da noite
em cama fria
se deitar
na esfera vazia
severa forma
de se acoplar
antes tivesse
encontrado na poesia
absoluta mudez
todavia
fala como uma doida
forma severa de delirar
- sem submergir -
na insensatez
Úrsula Avner
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
* Celeste *
de: Ana Luiza Kaminski
da palavra
retilínea ossuda
anoréxica
fria opaca
traço o verso mudo
quando escrevo sou
voz em guelras de peixe
o barulho que faço
é (sub)aquático
com desejo de céu
Úrsula Avner
sábado, 18 de setembro de 2010
*Janela aberta *
serpenteiam arte
em céu de esplendor
saliva o fim de tarde
no horizonte fulvo
o sol ainda arde
tímido complacente
envelhece e parte
Úrsula Avner
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
* A alma da poesia *
que brota de dentro
desponta do fundo da alma
traduz valores desejos sentimentos
é mistura de encanto e desalento
nudez do que está oculto
descoberta de si mesmo
esmero da vida e do luto
poesia é arte
é coisa fina
é o abrir da densa cortina
que cobre o âmago do ser
aquilo que não se pode entender
sem o olhar que alcança o horizonte
sem a curiosidade dos infantes
sem a inquietude dos jovens
sem o borbulhar dos amantes
poesia é devaneio e beleza
é encontro programado
também é surpresa
dor prazer palco de sombras
luzes... incerteza
Úrsula Avner
* poema escrito em 2004 e editado no Livro de Ouro da Poesia Brasileira Contemporânea- 2008 pela CBJE ( com algumas modificações em relação ao original)
* imagem do google- sem informação de autoria
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
* Multiplicidade *
porque me ignorou o sol
peguei carona com a lua
andei doidivana
fui Maria Clara, Celina, Ivana
já nem sei quem sou
estranha vida mundana
não há vírgula
entre o bem e o mal
entre a loucura e a lucidez
sequer um hifen
ou ponto final
quando bebo
do mesmo azul
de que se valem
os pássaros
o que é vida tardia
desagua em riso frouxo
quase alucinado
onde só se vê poesia
e a onipotente lua
plainando sobre água fria
Úrsula Avner
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
* A vida de uma lágrima ( Rondel )
dos olhos escorrega uma lágrima
trajeto laborioso até o solo
gota de cristal transformada em magma
vulcaniza meu peito na busca do teu colo
precisa gota que brota da ânima
pequena pedra de sal que rola sem dolo
dos olhos escorrega uma lágrima
trajeto laborioso até o solo
pesada e viscosa é a lágrima que cai
sentimento burilado na porosidade dos lamaçais
pensamento marejado a lubrificar meus ais
solitário momento na inquietude da alma
dos olhos escorrega uma lágrima
Úrsula Avner
* este poema foi escrito há anos e só agora resolvi postá-lo. Grata pela leitura e comentário.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
* Estação *
colou em mim
estado de árvore
como sede
de um rio sequíssimo
calou em mim
o que foi dilúvio
água (trans) lúcida
feito pele argêntea de lua
leitosa
pedante
nua
Úrsula Avner
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
*Canção para Frida Kahlo*
terça-feira, 31 de agosto de 2010
* O que é preciso saber *
por : Alberto Maia
o que há sob as luvas
dissolve um deserto
umidifica um rio sedento
sustenta o peso do mundo
o silêncio verde
da mariposa
cobre jardins
de um mistério profundo
há lágrimas no interior
de rochas calcárias
basta uma gota de chuva
para banhar a pétala
não é preciso morrer
para se alcançar
estado de graça
bem o sabe a libélula
Úrsula Avner
* poesia inspirada no poema " Uma didática da invenção " de Manoel de Barros
domingo, 29 de agosto de 2010
* Poema (re) visitado *
autora :Luiza Maciel Nogueira
http://versosdeluz.blogspot.com
percorro as fibras do poema
como quem lava em açude
o rosto descamado
como quem vê amiúde
o mar esbravejar
e lanço rimas ao ar
alinhavo palavras
que não se avizinhavam
corpos estranhos
não se aninhavam
visto-me de sol
até a lua enciumar
colho estrelas com anzol
lanço versos ao mar
Úrsula Avner
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
* Hibernação *
de vime
colho golfadas de brisa
vozes de pássaros
são pegadas
no chão que se pisa
nem mesmo
manhãs ensolaradas
em céu azul realeza
escapam da lâmina
entre sulcos da ânima
há um fio cortante
vento de inverno
com pontos de agulha
in vento um terno
que me cobrirá
o corpo
mas não evitará
as estrias nos lábios
o abate morno
Úrsula Avner
* imagem extraída do Google- sem informação de autoria
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
* A última dança *
domingo, 22 de agosto de 2010
* Sondagem *
autor: José Carlos Rodrigues
quando a ave do desejo
em teus olhos repousar
lembra-te de que és passageiro
andarilho em noites de luar
pássaro estrangeiro
vieste te visitar
não sabe do teu sono
ou do teu caminhar
chuva pranteou no telhado
mas bem que podia
ter sido em ti
a alma trêmula escandesce
o que se quer encobrir
Úrsula Avner
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
* Ósculo *
by : Gustav Klimt
não há verso puro
a palavra vem do tédio
senão da lama
mineral é o pensamento
que não encontrou pouso
pedra bruta
onda que beija as rochas
e recua
amor bandido
estrada nua
Úrsula Avner
¨... é mineral o papel onde escrever o verso ; o verso que é possível não fazer ... " - João Cabral de Melo Neto
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
* Incontinência *
Uma chuva
de milagres
eis do que preciso
milagres que espoquem
aqui ali acolá
feito granizos
caducos
milagres que se joguem
em terra ardida de sol
em areias enrugadas de mar
feito peixes
astutos
sabem bem mais
do que nadar
Úrsula Avner
* imagem retirada do google imagens-sem informação de autoria
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
* Solstício de inverno *
Hoje trago a lua
na garupa
ainda não bebi o sol
venezianas fechadas
em linhas sinuosas
vou tracejando
aquilo que não
se pode represar
é preciso vazar
gotejar palavras
até inundar de sol
um quarto de vida
Úrsula Avner
* imagem retirada do google- sem informação de autoria
terça-feira, 10 de agosto de 2010
* Refluxo *
de abraçar o sol
hoje sou noite
sem estrelas
beija-me oscilante brisa
que insiste em praguejar
corta uma folha perdida
talho de amor
Úrsula Avner
sábado, 7 de agosto de 2010
* Intertextualidade *
sonhei
que pisava em narcisos
ao som de blues e de risos
enquanto andava indaguei :
por que preciso dos pés
se já aprendi a voar ?
Resoluta então alcei
longo voo até desintegrar
Na corda bamba
no risco eminente
da queda
equilibra-se como pode
tem os pés no chão
Úrsula Avner
* poemas em homenagem á artista Frida Kahlo. Leia sobre ela aqui
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
* Aborto *
terça-feira, 3 de agosto de 2010
* João- de- barro *
João não perdeu tempo
fez sua casa de barro
trabalhou duro
embrenhou-se lá dentro
seguro
morreu de velho
Úrsula Avner
sábado, 31 de julho de 2010
* passagem *
tela : Salvador Dali
pássaro leva
no bico
um trevo
a contemplar seus olhos
não me atrevo
amanhece
aranha tece
sem pressa
sua teia
acontece
breve prece
na misteriosa ceia
desejo tem pressa
lá fora (aos poucos)
o dia esmorece
Úrsula Avner
Caros amigos , amigas e visitantes , o folder anuncia o lançamento do livro Maria Clara: uniVersos femininos, pela Livro Pronto Editora na 21 ª Bienal Internacional do Livro em São Paulo- S.P entre os dias 12 e 22 de Agosto. O livro reune poesias de doze autoras- as " Marias" , entre as quais eu estou incluida. Tenho o prazer de fazer parte dessa obra literária organizada pela mestra Hercília Fernandes, professora e poetisa de grande talento e sensibilidade. Obtenha mais informações sobre o livro clicando aqui
Obrigada pelo carinho de todos,
Úrsula Avner
segunda-feira, 26 de julho de 2010
" Hoje é dia de Maria Clara ... "
quinta-feira, 22 de julho de 2010
* Da ausência *
eis que de longe acena
a mão do tempo
agarrada ao horizonte
onde o sol se despede
em franjas douradas
não soube da revoada
de pássaros selados
marcados para viver
um destino previsível
soube da ausência
e saber-se ausência
é mais do que se pode suportar
soube das conchas expulsas do mar
guardadoras de mistérios
do que não se deve decifrar
mais uma vez a ausência
aos meus ouvidos a cantarolar
Úrsula Avner
* imagem do google- sem informação de autoria
terça-feira, 20 de julho de 2010
* (Re)canto *
By : Maggie Taylor
domingo, 18 de julho de 2010
* Amplidão *
quarta-feira, 14 de julho de 2010
* Quando me vejo *
autor : Marco Antônio
no suplício das horas
um resquício de sol
suspiro incontido vaga
entre colunas e paredes
espectro solar
Foge da luz
chama de vida
só na penumbra
encontra guarida
estou a salvo
de mim mesma
salvo quando
me olho no espelho
onde quase tudo
é claridade
Úrsula Avner
domingo, 11 de julho de 2010
* (Des)encontro familiar *
algo acontece
quando os talheres tinem
pratos se estranham
na mesa posta
não é ao acaso
que flores esperam
em jarro de água fria
silenciosas inertes
apenas observam
os espasmos do dia
aquilo que de outro modo
não vivenciariam
agarra-se á áurea do cotidiano
lamento das horas
os mesmos gestos
as mesmas palavras
cirandam a mesa
os mesmos ritos
as mesmas risadas
pães dormidos na cesta
Úrsula Avner