Quando arrumo as malas
coloco nelas uma penca de objetos
roupas sapatos bijouterias
artigos de beleza
muitos sonhos
algumas miudezas
sempre carrego mais do que preciso
tal situação me paralisa
Por que não consigo
deixar para trás certos pertences ?
Sou fruto verde no pé
madureza é saber se desprender
fruta madura quando cai
ninguém pode deter
Úrsula Avner
* imagem retirada do Google imagens
* escrevi este texto depois da última viagem que fiz este mes , pensando na forma como preparo minha bagagem para viajar.
Obrigada a todos que me visitam ! Bj
sexta-feira, 31 de julho de 2009
terça-feira, 28 de julho de 2009
* Fuga de estrelas *
O céu impiedosamente chora
verte em lágrimas espessas dissabores
em angústia lentificada implora
por menos dor e mais amores
Atrás da vidraça
vida imersa em reflexões
vida que o tempo abraça
no entrelaçar das emoções
Ouve-se o grito implacável dos trovões
fuga de estrelas em agonia
lépido despertar de incontáveis sensações
o céu plúmbeo anoitece o dia
Úrsula Avner
* poesia com registro de autoria
* imagem retirada do Google
sábado, 25 de julho de 2009
segunda-feira, 20 de julho de 2009
* Paradoxo *
Se quero rosas vermelhas
tu me trazes pálidos crisântemos
se me recolho para olhar a mim mesma
do alto de minhas telhas
tu queres que eu remexa meus ânimos
que eu acenda minhas candeias
em mil centelhas
Queres que eu recolha minhas teias
fale pelos cotovelos
conte piadas
diga coisas engraçadas
que eu implore para ser amada
Se me exaspero
se liberto meus ais
se não sei se quero
tu clamas pelo silêncio
te recolhes mais
Se queres ler jornal
quero que me contemples
que não me vejas como ponto final
cuidas de olhar meu íntimo
mergulhado em exclamações
atolado em interrogações
repleto de interjeições
Se tu queres falar
quero que te cales
amordaças a tua boca
quero que toques meu corpo
com tua suavidade pouca
tua ardência louca
Se queres sorrir
quero um homem de sal
refeito em lágrimas
desejosas de parir
aquilo que se oculta em ti
Úrsula Avner
* poema com registro de autoria
* imagem do Google
sexta-feira, 17 de julho de 2009
* Colheita *
Com mãos de veludo
colhi da íris do desejo
pétalas regadas com sal
Fugiu de mim pássaro mudo
breve vida do ensejo
sonhos arquejaram ao final
Úrsula Avner
* poema com registro de autoria
* imagem retirada do Google- deconheço a autoria
terça-feira, 14 de julho de 2009
* Agoniza o dia *
Demasiado tarde
para sorver do sol
canção de estrela
Já se estendeu
em restolho de luz
colérico crepúsculo
Escarrou no céu
estrias em amarelo tostado
Noite veio em represália
resfriar e toldar
réstia de luz
Eclipse
Úrsula Avner
* poesia com registro de autoria
* imagem retirada do Google- desconheço a autoria
para sorver do sol
canção de estrela
Já se estendeu
em restolho de luz
colérico crepúsculo
Escarrou no céu
estrias em amarelo tostado
Noite veio em represália
resfriar e toldar
réstia de luz
Eclipse
Úrsula Avner
* poesia com registro de autoria
* imagem retirada do Google- desconheço a autoria
sábado, 11 de julho de 2009
* Solitária canção *
Protejo-me de mim mesma
em frágil redoma
onde contemplo minhas vicissitudes
traspassadas por enigmáticas atitudes
Sentimentos falam por mim
o que eu mesma não decifrei
palavras me retalham por fim
em versos que eu simplesmente inventei
Em minha bojuda campânula
permaneço alicerçada a inexoráveis mistérios
enjambrada nesta perene cúpula
onde se ramificam segredos etéreos
Divago em sonhos evaporáveis
resquícios de uma ébria ilusão
nutrindo esperanças que julguei indenizáveis
perco-me no arpejo da minha solitária canção
Úrsula Avner
* poesia com registro de autoria
* imagem retirada do Google
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quinta-feira, 9 de julho de 2009
* O suor do poema *
pensamentos deslizam
querem transmutar
palavras se aninham
tecem estórias
O poema transpira
alguns tímidos versos
extravasam emoções pelos poros
Ofegante o poema respira
pétalas frescas são colhidas
por um anjo azulado
no chão do pensamento orvalhado
Nos sulcos profundos da alma
sentimentos falam mais que mil palavras
ouso tracejar algumas linhas
letras mal esboçadas
na folha que almeja pelo poema inteiro
Versos me escapam
como filetes de água
escorrem entre os dedos
umedecem as paredes dos desejos
Persiste o sonho do poema
em brocal bordado
do verso pulsante
despudorado
do verso ainda não plantado
ausente da vida uterina
tão efusivamente sonhado
semeado para germinar
cumprir sua sina
Poema
te quero em versos impensados
que me venham como larvas vulcânicas
cuspidas no destino da folha
Te quero lacrimejante
como quem verte lágrimas de pus
brotoejas na alma das palavras
Te vejo como chamas flamejantes
em versos nus
que ardem a dor
das vontades aprisionadas
Úrsula Avner
* poema com registro de autoria
* imagem retirada do Google
terça-feira, 7 de julho de 2009
* Vestes especiais *
Por vezes
muito me custa
esboçar alguns versos
Porém hoje
acordei vestida de poesia
virei-me do avesso
soube de mim ao inverso
sacudi os cabelos e as ideias
sementes flutuaram ébrias
languidez na alma
argamassa no papel
* poesia com registro de autoria
* arte em cartões- http://iziscartoes.blogspot.com/
* Agradeço á querida e afetuosa amiga Izis que
transforma poesias em arte visual, com sua
sensibilidade e talento.
domingo, 5 de julho de 2009
* Implosão*
Inflei
até implodir
em versos
até me encontrar
do avesso
vida ao reverso
inverso de mim
Vi-me traduzida
em palavras
retalhada
pela poesia abduzida
até me tornar
figura encantada
dispersa
em notas musicais avulsas
no solo das palavras
semeada
Úrsula Avner
* imagem retirada do Google
* poesia com registro de autoria
sábado, 4 de julho de 2009
* Lua em verso e prosa *
Sobre o mar
a lua deitou sua lamúria
esparramou nas águas oceânicas sua fúria
cheia de si mesma
minguou até escurecer a própria face
tornou-se um quarto crescente
de gemidos e mágoas
Envelheceu
até se lembrar de que uma face sua
ainda era nova
Lua cheia
lua minguante
lua crescente
lua nova
Lua que é meia
lua carente
canta suas dores
em verso e prosa
Úrsula Avner
* poema com registro de autoria
* imagem retirada de pesquisa feita no Google
quinta-feira, 2 de julho de 2009
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