sábado, 25 de junho de 2011

* Um certo olhar*

fonte da imagem : Google

anda solto
um olhar acomodado
vaga pelas ruas e avenidas
olha mas não vê
passeia entre outros olhares
desa (di) vi sa dos
percorre praças e jardins
lugares sem guarida
portos pontes becos
sem fim sem saída
quer se desvencilhar
das correntes
se desgarrar
de dores pendentes
no dorso da cegueira forjada
cavalga intrépido o olhar
em longa jornada
vai levando na íris
um pouco de tudo
daquilo que acha que vê
daquilo que não quer ver
do que deixa de olhar
do que deseja perscrutar
do que teme contemplar

Úrsula Avner

6 comentários:

  1. Por muitos momentos meu olhar foi assim como tua poesia: olhou sem enxergar, deixou de ver. E sei que muitos outros momentos assim virão. Adorável o teu olhar para os sentimentos. Beijo

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  2. há o olhar que desvela e revela,


    beijo

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  3. Ú`rsula,
    é essa cegueira social da qual falou o Saramago: olhar e não ver. Bem-dito poema, teu!

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  4. Tão bonito! Com olhos de contemplação...
    Bjos carinhosos!

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  5. ────────═♦♥♦═─────
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  6. Dramas do olhar, lutas entre o que se vê e o que se preferia não ter visto. Mas o olhar às vezes nos reconforta, é talvez o sentido mais necessário, apesar de tudo.

    Beijo beijo.

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