sexta-feira, 9 de julho de 2010

* Entre palavras *

imagem : Patícia Van Lubeck


de tudo o que se pode guardar
guarde o silêncio
objetos são perecíveis
palavras... dispensáveis
o silêncio é enfático e duradouro
ainda que por alguns instantes

a reflexão é do silêncio
o ancoradouro
fere com estacas pontiagudas
a alma das palavras
serpenteia como lâminas cortantes

o silêncio é grilo falante
quando se colhe sentimentos
filho da verborragia
corta o ar como uma cotovia

nos versos da poesia
o silêncio é chama intrépida
travestido de palavras em seda fria
som estrepitoso
ecoa solitário
nas cavernas da mente

entre palavras e palavras
a pausa colossal do silêncio
é brado veemente
lacuna onde se deita
o que não é dito
ou dito de modo surpreendente
no suspiro abafado
no canto dos olhos
no sorriso embotado

brada o silêncio
o que os pulmões condensam
revela o que os seres
mais sensíveis pensam
faz imenso barulho em mim
é começo e é o fim

Úrsula Avner


* Obrigada pela gentileza de sua visita e comentário.

16 comentários:

  1. Lindo amiga ùrsula, sudades, olha estarei de viagem amanhã passarei as férias com Alice em Goiás, ore por nós, pois vou de ônibus e tenho um medoooooooooooooooo, bjsssssssssss

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  2. Lindo Úrsula! O silêncio é tão necessário mas, muitas vezes não sabemos o momento de calar.

    TEnha bom fds, bjo.

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  3. ola
    querida muito amavel
    adorei seu blog estou te seguindo se quiser siga-me
    mil beijinhos

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  4. Só quem entende o silêncio para tocar com palavras assim. Bravo, Úrsula!

    Beijos.

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  5. O silêncio é mestre. Ando num período de aulas intensivas com ele. Mestre rigoroso, mas tão sábio e generoso. beijo, querida.

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  6. Bravíssimo, Úrsula!

    Entendo de silêncios, mas ele está num pedestal, através de sua Bela poesia.

    Beijos

    Mirze

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  7. Tu estás em mim como eu estive no berço
    como a árvore sob a sua crosta
    como o navio no fundo do mar

    Mário Cesariny

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  8. ùrsula,
    teu poema me calou fundo, tem muito a ver com o meu momento...guardo o silêncio com suspiros.
    Agradeço demais a força nesse período difícil pra mim.
    bj, querida.

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  9. Ô, Úrsula... Que vontade de te abraçar bem forte e te agradecer por este poema tão maravilhoso... Te admiro demais! Felicidades...

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  10. UM BELO POEMA, URSULA.
    PARABÉNS !
    O SILENCIO , POR VEZES É COMUNICATIVO ...
    E A VERBORRAGIA, É VAZIA .
    BJS

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  11. Olha, Úrsula, confesso não ter tido muito tempo para visitar os blogs, infelizmente, inclusive o seu.

    Sua poesia me fez refletir sobre a perda que vinha tendo.
    Ela me tocou e comoveu deveras.
    Obrigada. Um beijo.

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  12. Olá amiga, tem um selo de presente pra você no blog abaixo

    http://haikainosventos.blogspot.com

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  13. O silêncio é algo muito misterioso e às vezes tão claro! Lindíssimo seu poema...beijo.

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  14. Úrsula


    O silêncio sempre me falou alto, tão alto que, as vezes, dói!


    Linda a tua poesia, me deixou em silêncio!
    Bjão, minha amiga!

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  15. O silêncio é gritante, e teus dedos, diamantes.

    Beijos, Úrsula!

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  16. Queridos amigos e amigas, não tenho palavras para agradecer cada gesto e palavra de carinho, incentivo e vida que li em cada comentário feito. Deixo-vos meu silêncio cheio de carinho por cada um (a). Grande abraço a todos.

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