terça-feira, 26 de abril de 2011

* Canção das faces do amor *

desenho: Maré e Floresta
por : Luiza Maciel Nogueira
http://versosdeluz.blogspot.com


talvez amanhã
ainda nos amaremos
com o denodo de
um maremoto
em dia de borrasca
sem censura
sem medo
sem máscara
sem freio e sem foto
encardida no porta-retrato
assinalando o momento
que não se quer esquecer
que se deseja de volta
que se teme padecer

talvez amanhã
(ainda) nos amaremos
na quietude do espinho
que cresce na rosa
na face no peito
sem aquela pontuda
necessidade de dizer
" eu te amo "
sem o aperto
no íntimo

a secura na boca

talvez (amanhã)
(ainda) nos amaremos
no encanto da chama
que insistente trepida
no múrmurio
da chuva fina
manso suave
como quem afina
um instrumento raro
com brandura e precisão
ou como quem dispensa
o sentido e a razão
e em súbito delírio
evoca a loucura
que a morte abomina

talvez amar
seja tão somente
nossa sina

Úrsula Avner

13 comentários:

  1. Úrsula querida poucas poesias me trazem lágrima nos olhos. :) Maravilhosa essa canção. Beijos no coração.

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  2. EVOÉ! ÚRSULA!

    Esse poema é visceral, daqueles que mos fazem pensar em como deve sentir o danado do amor nos seus vais e vens.

    Aplausos, poetisa!

    Beijos

    Mirze

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  3. Simplesmente LINDO... Amei!
    Bom conhecer esse seu espaço também!

    Beijinhos...

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  4. Beleza e perfeição para descrever esse sentimento louco.
    Beijos, Úrsula.

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  5. Muito lindo, Úrsula...talvez amar seja a nossa sina. Beijo

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  6. Como pode ser? o amor é nosso único destino e fonte de toda alegria e sofrimento, querida Ursula. Um grande abraço

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  7. Há de se manter essa reinvenção sempiterna.

    Abraços!

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  8. Úrsula amiga,

    Que encanto.Que lindo!
    Um dos mais lindos que já li.
    Obrigada por este momento,

    Doces beijos, querida poetisa,
    Regina.

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  9. Linda poesia, estarei sempre por aqui.

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  10. Entregar-se ao amor é coisa rara e exige coragem.
    Belo poema!
    Bjs.

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  11. poema pleno este Úrsula, perfeita alquimia de palavras e sentidos,


    beijo

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