domingo, 11 de abril de 2010

* Andrógina*

tela: Vendedora de flores
by : Diego Rivera


meu caminho é inverso
ao caminho das coisas
penso andar
na contramão do mundo
em mim repousa
mistério profundo

não sei se quero partir
não sei se me dou
se devo sorrir
se arrisco voo de condor

quisera ir
quisera voar
para bem distante da dor
sem rumo, sem ter onde chegar

se hoje sou silêncio
já fui estrondo
voz de cachoeira
se hoje me rendo
já mergulhei rio adentro
canto de lavadeira

Úrsula Avner

16 comentários:

  1. Esse poema é a minha cara.
    Beijos minha linda poeta.
    Bela e maravilhosa postagem.

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  2. Somos consequências desses caminhos errantes que pegamos.

    Gostei do poema!

    Beijo.

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  3. Bravo! Belísssimo!
    Andrógina? Ora,ora... SOU EU.
    Beijos no coração, amiga.

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  4. "...Flor é poesia, e o Poeta que não erra publica seus poemas nos jardins aqui da terra..."

    Muito lindo seu blog, Parabéns!

    Erico.

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  5. Lindíssimos versos, Úrsula, ilustrados maravilhosamente! Que bom ir encerrando com seu belo trabalho o meu dia de domingo...
    Um abraço

    PS- Encantei-me com seu blog...

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  6. La vendedora de flores que en sí mimsa también es una flor; me alegra que hayas rescatado en tu poema un personaje humildísimo, como la primavera llena de flores. un abrazo

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  7. É preciso "errar" pra encontrar o caminho e a si... :)

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  8. Úrsula,
    " se hoje sou silêncio,já fui estrondo"
    Senti alguma coisa parecida...estou buscando entender.
    Lúcia Amorim

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  9. Uma mistura do Cabral do primeiro momento e da Cecília Meireles de sempre, mas com as tuas digitais completas, da superfície ao cerne.

    Abraços!

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  10. Espetacular, Úrsula!

    Sem palavras, aplaudo de pé!

    Beijos

    Mirse

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  11. Lalarilalaaaaaa...adivinha...quem sou eu????
    Claro que sou a Olhos Azuis da tua vida verde de esperança em me ver um dia piscando para ti!
    Demorei?????
    E eu tenho culpa, se quando apareço no teu blog,sou envolvida por tamanha luz e laços de ternura, que fico tateando um tempão, ofuscada por tanta claridade e sufocada por tanto carinho e beleza????
    Agora, sou só suspiros de felicidade...estou me iluminando com tua luz...logicamente que munida com um BAITA óculos de sol...huaschuaschuasch....
    Beijo as palmas das tuas mãos...

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  12. Acabei de ler um texto de Barthes sobre este caminar inverso, esta sensação do avesso. Sentir - sempre um mistério profundo. Beijos.

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  13. é sempre encantador apreciar um canto de uma poetisa talentosa.

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  14. Úrsula

    Os caminhos inversos tb são reveladores muitas vezes...

    se hoje sou silêncio
    já fui estrondo
    voz de cachoeira
    se hoje me rendo
    já mergulhei rio adentro
    canto de lavadeira



    Que coisa mais linda este último verso, fecha com chave de ouro o teu poema! Quem já não foi tudo isso?, não é mesmo?

    Bj grande

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  15. Agradeço o carinho aqui registrado em palavras, de cada amigo e amiga. Um abraço cheio de afeto a todos.

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  16. "se hoje me rendo
    já mergulhei rio adentro"... Que poema mais lindo!!! Amei teu blog. Parabéns Úrsula...tua alma canta!

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