sexta-feira, 20 de maio de 2011

* Anoitecendo* ( segundo canto)

tela: Duy Huynh

o corpo do dia
esticado
no varal dos olhos

se o orvalho
transcendesse
a gota
seria dilúvio
não caberia
em meus olhos
calejados de ver
a face do mundo
do mudo
do que é fundo
e não transborda

de longe
a noite espia

se estrelas cantassem
em coro afinado
embalariam meu
sono caloso
macerado
fadigado
amofinado

vem o clarão da noite
em pele fina
e ainda é dia

Úrsula Avner

10 comentários:

  1. Pelo jeito, o fundo sem fim também passeia pela sua poesia, que adentra o mistério da noite mal chega o dia.
    Lindo, moça!

    Beijo.

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  2. Querida amiga

    E se as estrelas cantassem?
    E se pudessemos
    revelar tudo
    no varal do olhar?

    Se...

    Que as estrelas
    sempre brilhem em teu olhar.

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  3. Sim, ainda é dia. Tudo isso e ainda é dia. Belo trabalho, Úrsula!

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  4. na pele que ardia se anunciava o dia,


    beijo

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  5. Úrsula

    O corpo do dia
    esticado
    no varal dos olhos



    Anoitecemos, algumas vezes, mas dentro ainda é dia!!!!


    Sempre gosto muuuuuito de te ler, minha amiga!
    Bj grande

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  6. Lindo, Úrsula!
    Demais!
    O corpo do dia esticado no varal dos olhos...
    Que imagem!
    Bravo!
    Enorme abraço.

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  7. Lindo!!! Os três últimos versos são maravilhosos! Bjinhos!

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  8. EXCELENTE!

    'de longe a noite espia" . São sempre esses versos que mais me cativam.

    Beijos, poetisa!

    Mirze

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  9. Agradeço com afeto cada demonstração de carinho por meio das palavras aqui postadas. Um abraço a cada amigo e amiga.

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