quarta-feira, 25 de agosto de 2010

* A última dança *


riscavam o piso da sala
em passos certeiros
de um tango argentino
tantas vezes tocado
feito gaita de menino
acordes de um hino

o vinho esquentou nas taças
manchou de vermelho o chão
um beijo estralou vidraças
corpos e almas em união

Úrsula Avner

* imagem do google- sem informação de autoria

11 comentários:

  1. Isto é amor. Perfeito. Eterno.

    beijo

    Rangel

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  2. [tango, parcela de fado sensual: um ocupa o lado esquerdo do peito, outro o direito, ambos por direito]

    um imenso abraço, Úrsula

    Leonardo B.

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  3. Adoro dança, principalmente tango!

    Beijos.

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  4. Um tango! Uma dança que une pelo acerto e sensualidade.

    Os acordes sempre perfeitos, se o vinho esquentou e manchou o chão....quem nesta hora há de se preocupar?

    Lindo, Úrsula!

    No ritmo do amor!

    Beijos

    Mirze

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  5. Oi ùrsula.
    Seus versos sempre me encantam.Lindo demais.
    Úrsula, criei um novo blog (substituindo o antigo Viajando na poesia que foi excluido).
    Estou publicando novamente os poemas de amigos e tomei a liberdade de postar lá ium poema seu.
    (Vc já havia me autorizado da outra vez.) Espero que não se importe.
    Quando tiver um tempinho dá uma olhadinha lá. Espero que goste.
    Bjssss

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  6. as libações da espera meditam comigo


    Com o destino traçado pelas vinte estrelas de Tique me disse Dice
    As rosas, lírios, violetas, íris, jacintos e narcisos atapetam-lhe o chão
    E cré com cré, lé com lé, nos losangos do centro do corpo humano
    Coração e ventre nos vértices se unem, ondeiam, oscilam e dançam
    Com precisão imaculada o fumo serpenteia a evolar-se das fornalhas
    Enquanto na cella espero instruções da Mestra Sacerdotisa contemplo
    É maior o meu respeito se na libação executo o mister da concentração
    Recatado estou perante ti, ó divina feita mulher por cuja sede me meço
    E teço exemplo sem ilusão mas que com a arte exímia exerço e adestro
    Que a honra seja trinta e seis vezes superior à de qualquer outro escriba
    Pois servir-te é merecer teu afago e desfrutar de tua vista e fala e sentir
    E estar enlevado na partilha do fumo celeste pelo mesmo bocal leonino
    E saber a luz que há na voz e escutar teu canto pelas minhas argilas lido
    Minhas placas de alabastro esculpidas no estilete do rigor de tua ordem.

    Quando a Lua cheia de teu nome transforma o sonho em vida real o rio
    Devolve ao céu a tua silhueta de alambre e ambrosia que nele mais és
    Mais ondulas e abrilhantas espigas e cintilas nas verdes folhas da hera
    Essa que teceu a rede onde foram aprisionados os titãs primitivos infiéis
    Masmorra dos descrentes a quem nunca será dada honra de argonauta
    Nunca poderão negociar nem viajar entre o céu e a terra nem venerar-Te
    Mesmo que suas raízes nasçam nos témenos que sejam tua propriedade
    Pois nunca delas a flor brotará nem o ciciado murmúrio das ocarinas
    Eflúvios chamamentos suspirados entre sonhos do mel apreciado bebo
    Sorvo lânguido do bocal sobre o qual antes teus lábios disseram prece
    E nada fica agora que obstrua a cristalina seiva do ser no libado vigor.

    Estrela Inanna ladeia teu sucumbir perante a luz de Arina se amanhece
    Porém não há batalhas divinas mas respeito e contemplação ordenada
    Que quando Arina elucida todas e todos, ar, fogo, terra, água obedece
    E lúcida é a alma que sabe e reconhece ser seu mister e a quem pertence
    A voz rasga os véus e sopra vontades aos ouvidos acautelados e fiéis
    Que ao oficio de dizer é inerente o acto se a fala no nome apenas se exala
    E inala Inanna os eflúvios do meu pote enquanto espero se Shara chama.

    A chama que é Shara e aquece o Lar pernoita também quando Arina dita
    Sua cor aos quatro cantos do mundo pois o canto é luz de quem acredita.

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  7. Adoro mucho la poesía que nos entregas siempre. un beso


    Siempre es un inmenso placer leerte..

    Un abrazo
    Saludos fraternos...

    Que tengas un bello día...

    Que disfrutes de un hermoso fin de semana....

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  8. hummm....que noite, hein? Muito bonita e tentadora esta cena!

    []s

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  9. Num beijo de morango
    coço o amor de tintas,
    e ao sabor de um tango
    admiro tudo o que pintas,
    o fogo do canto,
    as celas do encanto
    onde o amor se prende
    à luz que o acende,
    as palavras que ouço
    nos segredos do poço,
    onde os passos de dança
    que guardo e abraço,
    são velas de esperança
    do corpo que enlaço,
    ritmos de velhas rimas
    que espalham o amor,
    que trocamos em estimas,
    ternuras, doçuras e fervor,
    da fonte à foz
    neste rio de nós.
    Jorge Manuel Brasil Mesquita
    Lisboa, 27/08/2010

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  10. Meus sinceros agradecimentos a cada amigo, amiga e visitante que aqui registrou seu comentário. Um abraço a todos e todas.

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