deitada sobre colchão de folhas secas não vi estrelas no céu tudo tão escuro misterioso como no interior da traqueia ou num beijo de língua que fermenta a espuma nas bocas
só a saliva do desejo é cristalina
de olhos cerrados vi um vestido cor de prata talvez fosse rosa chá pequeno ponto de luz na negritude
barulho algum a não ser a sonoridade seca das folhas copulando ao vento
(de)lírio só soube daquele bordado no vestido
pela manhã há de orvalhar poesia em vestes de seda depois de romper o silêncio insondável da placenta
susto na fala tonicidade no olhar borboleta tonta paira beija a corola de uma dália flor dadivosa menina manhosa drapeja até o engulho repele a borboleta com orgulho há uma força oculta no seio da pétala não propalada pela boca que a reprime percebida porém pelo olhar que a resume
Úrsula Avner
* poema com registro de autoria * imagem do Google- sem informação de autoria
Quando em mim amanhece sereno é o fôlego da reflexão que meus sentimentos aquece salpicado de luz pulsa o coração vontades e segredos destelhados são como o sol em céu crepuscular vago pelas vigas dos meus sobrados desponta alvorada no olhar
nas trilhas que o destino esculpiu não sei o quanto de mim ficou cimentado nas lacunas do tempo e o quanto de mim encontrou liberdade nas espirais do vento não sei na inteireza o que do meu ser fluiu sei apenas que quando amanhece em mim flores aromáticas espocam na alma borboletas coloridas bailam com admirável elegância e calma